Fim das tarifas adicionais dos EUA sobre produtos brasileiros: o que muda e por que é um sinal da globalização comercial

Quando barreiras caem, oportunidades surgem — e o planejamento tributário internacional se torna ainda mais essencial para quem atua globalmente.

A globalização dos negócios exige que empresas e países naveguem num ambiente de interdependência crescente. No recente desdobramento entre os United States e o Brazil, viu‐se um exemplo claro desse movimento: o anúncio da administração norte-americana de que produtos agrícolas brasileiros deixarão de sofrer tarifas adicionais de importação.

Para empresas brasileiras e americanas e para consultores de planejamento tributário, essa decisão representa uma janela de oportunidade — mas também evidencia a necessidade de estar preparado para as transformações do cenário internacional.

O que aconteceu

  • Em 20 de novembro de 2025, o presidente dos EUA assinou uma ordem executiva para remover a sobretaxa de 40% que incidia sobre produtos agrícolas brasileiros, como carne bovina, café, cacau e frutas tropicais.

  • A medida foi declarada como retroativa para importações efetuadas a partir de 13 de novembro de 2025, com possibilidade de reembolso dos valores pagos a título de tarifas adicionais.

  • Segundo o texto oficial da Casa Branca, a modificação se deu após “progresso inicial nas negociações com o Governo do Brasil” e recomendação de diversos oficiais americanos para que “certos produtos agrícolas” não fossem mais sujeitos à sobretaxa adicional.

Por que isso importa para negócios e tributário internacional

1. Redução de custo e maior competitividade

Para empresas brasileiras exportadoras desses produtos, a eliminação da tarifa adicional reduz o custo de acesso ao mercado americano, tornando seus bens mais competitivos. Para importadores nos EUA, há potencial para margens maiores ou preços finais mais baixos — beneficiando toda a cadeia.

2. Sinal de abertura e correção de desequilíbrios

A medida demonstra que, mesmo em tempos de tensões comerciais, ajustes são possíveis. Ela envia um sinal positivo de abertura e de busca por equilíbrio nas relações comerciais, o que favorece a estabilidade dos negócios transfronteiriços.

3. Impacto no planejamento tributário e societário

Para quem atua ou pretende atuar com exportação/importação entre Brasil e EUA, há repercussões diretas no planejamento:

  • Revisão de simulações de custo tributário e impacto nas margens.

  • Consideração sobre estrutura societária de exportadoras brasileiras ou importadoras americanas.

  • Ajuste do planejamento de repatriação de lucros ou remessas entre jurisdições, considerando que tarifas de importação são apenas um dos custos de internacionalização.

4. A economia global exige preparo técnico

Com mercados interligados, mudanças em políticas de tarifas podem ocorrer com rapidez — por razões políticas, econômicas ou regulatórias. Estar preparado com estrutura societária, contábil e tributária robusta permite que a empresa aproveite essas janelas e mitigue riscos.

Contexto global e a busca por equilíbrio comercial

Vivemos um mundo cada vez mais globalizado, no qual produtos, capitais e serviços circulam além das fronteiras nacionais. Esse movimento, porém, traz consigo tensões: déficit comercial, barreiras tarifárias, protecionismo. O caso Brasil-EUA serve como exemplo: tarifas foram impostas por motivos diversos — políticos, econômicos ou como instrumentos de negociação.


Ao remover-se uma barreira, estão-se abrindo portais de cooperação. Esse processo permite que países busquem equilíbrio comercial: exportadores brasileiros ganham mercado; importadores americanos ganham acesso mais barato; ambos os países reduzem atritos econômicos. Para as empresas, isso significa que estruturação internacional eficientepassa a ser ainda mais relevante — quem está preparado estará em vantagem.

Para empresas brasileiras: 5 recomendações estratégicas

  1. Atualize seus contratos de exportação considerando que tarifas adicionais foram removidas — revise preços, margens e cláusulas.

  2. Reavalie logística e supply chain: menor tarifa pode permitir novos fornecedores, novos terminais ou ajuste nos prazos.

  3. Consulte um plano tributário internacional para entender impacto nas obrigações brasileiras (PIS/COFINS, IPI, ICMS) e nas operações de exportação.

  4. Considere estrutura societária para internacionalização: se sua operação vai além da exportação — por exemplo, instalação de subsidiária ou joint venture nos EUA — avalie o regime tributário americano, acordos bilaterais, imposto sobre remessas.

  5. Esteja atento às contingências regulatórias: tarifas não são o único risco. Normas sanitárias, certificações, licenças de importação nos EUA, variações cambiais e obrigações aduaneiras também importam.

Para empresas norte-americanas/importadoras: por que prestar atenção

  • Aproveite a chance de renegociar contratos de fornecimento com empresas brasileiras exportadoras que agora enfrent menor barreira tarifária.

  • Reavalie seus cálculos de custo total de importação (landed cost) para ver se há margem de reajuste no preço final.

  • No caso de cadeias sustentáveis, produtos brasileiros agrícolas com tarifas reduzidas podem também significar vantagem competitiva em mercados premium (orgânicos, sustentáveis, comércio justo).

  • Obtenha assessoria tributária internacional para garantir que os benefícios da redução tarifária sejam acompanhados por compliance nas obrigações fiscais nos EUA — por exemplo, classificação aduaneira, retenção de impostos, import reporting.

Considerações finais

A retirada das tarifas adicionais sobre determinados produtos brasileiros pelos EUA representa mais que um ajuste tarifário: é um reflexo da dinâmica global, da necessidade de equilíbrio nas relações econômicas e do valor da abertura comercial estratégica.


Para organizações que operam ou desejam operar entre Brasil e Estados Unidos, esse movimento reforça uma mensagem fundamental: nenhuma operação internacional estará bem orientada sem planejamento tributário, societário e contábil robusto.


Na GLOBAL Tax Advisory, estamos preparados para apoiar empresas em todas as fases desse processo — desde a análise de impacto tributário, estruturação societária internacional, até a implementação operacional e compliance contínuo.

Se sua empresa exporta para os EUA ou avalia fazê-lo, este é o momento ideal para revisar sua estratégia, aproveitar a janela aberta e assegurar que sua operação global esteja alinhada e preparada para crescer com segurança.